No lugar da antiga sala de jantar, que antes era ocupada de sorrisos e risadas, e onde costumavam comer em datas comemorativas, há um campo de destaque disputado para três finalidades diferentes.
Uma quer o local para estudar, a outra para escrever, outra para trabalhar.
A última sempre ganha a causa, com sua possecividade.
Minha casa, minha sala, meu local de trabalho! – diz a morena, sentindo-se a pessoa mais importante do mundo só por não ser uma “desocupada”, com voz autoritária e nariz empinado, fazendo pose de dondoca.
São três garotas. A mãe e suas filhas. A mais nova sai da sala, derrotada e com uma carranca enojada no rosto. Ao virar o corredor diz em voz baixa, mas clara “agora suas porcarias tiraram minha importância”. A outra garota continuou onde estava. Parada, usando o computador. A mãe encarou-a, estressada e perguntou:
- e você, continua aqui? Vou atender! Saia! está me atrapalhando, não vê?
Essa não moveu nada alem do rosto. Pôs-se a encarar a mãe, e com o mesmo olhar indiferente respondeu-lhe a pergunta.
- Eu também moro aqui, assim sendo, essa também é minha casa, conseqüentemente a sala também é minha e como já deve ter percebido não vou sair.
Voltou o olhar para o que estava fazendo antes deixando a mãe irritadiça. Esta pensou em falar algo, mas a campainha tocou desviando também sua atenção para algo que era mais importante que a garota loira indiferente.
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