segunda-feira, 10 de agosto de 2009

If my life was a movie...

Primeira história que posto aqui.

One

- Desculpe-me Ashley! Foi legal enquanto durou, mas não dá mais...
- O que como assim?
- Não dá, desculpe! – E então ele saiu, deixando-a sozinha.

    Não demorou muito para que as lágrimas começassem a cair, sem a sua vontade.
        Voltou ao presente então, pegou o travesseiro, que estava ao seu lado, e o abraçou com força.

- Que ódio! Que ódio! Por que eu estou chorando? Merda!

    As lágrimas voltaram a cair, assim como na noite da semana passada, quando ele a deixara.
    Havia feito uma semana que ele havia terminado, e o pior, sem ter um motivo aparente.
    Foi tudo bem simples. Ele simplesmente chegou, e disse que não queria mais nada com ela.
    A dor era muito forte. Não conseguia entender.
    Levantou-se da cama em que estava deitada, com um pouco de dificuldade.
     Foi caminhando até dar de cara com um mural médio e cor-de-rosa. Passou a observá-lo, ou melhor, as fotos lá pregadas. Observou foto por foto, sem prestar atenção em detalhes, até parar em uma. Aquela foto.
     Havia duas pessoas. Um garoto, e uma garota. O garoto tinha os cabelos castanho-claros, e ela, era loira. Ele a carregava nas costas, e os dois sorriam. Pegou a foto então, cuidadosamente, para que o mural não desmoronasse sobre si.

- Eu te odeio! – olhou profundamente para os olhos do garoto, na foto, tentando achar as respostas que queria. Mas nada. Era só uma foto. Não havia como ver sentimentos. Ele parecia tão feliz, com a garota perto de si. A garota respirou fundo então, e sem dó piedade ou receio rasgou a foto em suas mãos. Primeiramente pela metade, e em seguida, foi partindo-a em vários pequeninos pedaços. A cada rasgo, uma lágrima escorria de seus olhos. Jogou-se no chão então, e continuou a chorar. O piso estava frio, mas não importou. Isso não a afetava. Ele a afetava. Era por causa dele que estava ali.

    Enquanto deixava que as lágrimas a consolassem, ouviu um chamado, vindo do andar de baixo.
- Ashley, telefone! É a Vanessa! – gritou sua mãe.
- Não vou atender! – gritou em resposta.
- Ela disse que é urgente...
- Não me importa! – persistiu.
- Ela disse que é sobre o show...

    E em um pulo, se levantou. O show seria esta noite, e ela tinha de ir. Por sua carreira.

- Vou atender! Desligue! – disse, pegando o telefone, de cima de sua penteadeira.

    Esperou que a mãe desligasse, e então atendeu.

- Alô? – tentava disfarçar o choro, ainda presente em sua voz.
- Amiga? Onde está? Esqueceu-se do show?
- Não! Estou em casa horas... Espera! Já estão no colégio? Que horas são? – perguntou assustada.
- Quinze para as oito! – respondeu a outra, nervosa. – Espero que esteja pronta!
- Estou... digo... quase! Estou chegando, falou? – desligou o telefone correndo, e foi em direção ao banheiro.

    Seu estado não era dos melhores, principalmente facial.
    A maquiagem estava toda borrada, principalmente nos olhos. Seu nariz estava vermelho.
    Não teria tempo para se arrumar, então tentaria melhorar o máximo. Mas como fazê-lo em cinco minutos?
    Lavou o rosto, e pegou uma base. Passou por todo o seu rosto.
Bem melhor! – pensou.

– Agora meus olhos...

    Pegou o lápis preto, e contornou apenas a parte de baixo de seus olhos. Passou um pouco de rimel, e uma sombra escura.
    Não teria tempo para pegar outra roupa, então iria como estava. Não estava tão ruim. Penteou o cabelo com pressa, e saiu.
     Pegou a bicicleta – na entrada de sua casa – e saiu. Pedalou o mais rápido que pôde.não pensava em mais nada. Somente no show. Só quando chegou na entrada do colégio que lhe veio algo na cabeça.
    Ele estaria lá. Ele estaria lá, e a veria. E o pior; Um dos jurados seria ele.
     Bambaleou na bicicleta ao lembrar da provável hipótese. Pensou em desistir, mas quando iria fazê-lo, as suas duas amigas a encontraram, e a tiraram da bicicleta, puxando-a pelo braço.
003

- Vêm logo, Ashley! – Disse a morena, de cabelo castanho escuro, quase preto.
- Quase perdemos a hora, está atrasada amiga... – disse a outra. Era clarinha, e tinha os cabelos castanhos meio claros, com mechas loiras.


    Ao entrar no salão, percebeu que todos a olhavam. Em momento de pânico, perguntou, cochichando as amigas;

- por que todos estão me olhando? – estava boquiaberta. As duas amigas riram, e a morena respondeu.
- Acho que eu e a Miley fomos as únicas a vê-la ruiva...
- Oh, sim. – Não pode conter o riso. Baixo, pela vergonha.


    Chegaram aos fundos do palco. Miley foi até seu lugar, e Ashley estava para entrar no palco, até ser puxada.

- Vanessa! – gritou, pelo susto que levou por ser puxada tão bruscamente pela amiga.
- Está pronta? – perguntou Vanessa, olhando-a no fundo dos olhos.


    Era a mesma pergunta que fazia a si mesma. Estava pronta?

- Ele estará la? – perguntou nervosa.
- Já está... – respondeu a amiga, apreensiva.


     Bambaleou novamente. Já sabia que aquela seria a resposta que receberia, mas recusava-se a acreditar. Perdeu-se em seus pensamentos, até ser interrompida, pela voz da amiga.

- Escuta... se você não quiser ir, nós vamos entender...


    Bela hora para me dar essa opção! – pensou a morena.

- Não Vane! Eu disse que me apresentaria, e vou me apresentar. Agora é tarde para desistir.
- Te espero no palco então... – Disse a morena, caminhando até o palco.


    O som começou. A morena respirou fundo, e seguiu até o palco.
    Foi até o seu lugar, cabisbaixa. Pegou o microfone, e esperou que sua hora chegasse, ainda olhando para o chão.
     A música começou, e então teve de olhar para cima. Ao movimentar seu olhar para o público, acabou por focá-lo – sem querer – no do garoto da foto. Ele a olhava tristemente.
    Ao vê-lo ali parado, não pôde agüentar.
004

- Esperem! – pediu a suas amigas. Elas pararam de tocar. Todos arregalaram os olhos, surpresos.

     Ela esperava que jogasse o microfone no chão, saísse correndo até o banheiro, se trancasse em um dos boxes, e começasse a chorar.
    Não foi o que fez. Continuou lá parada, olhando para o garoto. Derrepente sorriu, e desviou, por um momento, o olhar para o público.

- Boa noite, senhoras e senhores!

    Voltou o olhar para o garoto novamente. Ela a olhava incrédulo. Continuou então...

- Antes de começarmos, queria dizer algo a todos. Na verdade, tenho algo para mostrar-lhes. Quero dizer-lhes algumas palavras. Se me permitirem, é claro!

    Todos fizeram que sim com a cabeça, e então voltou o olhar ao público, e continuou.

- Obrigada! Sabem? Se a minha vida fosse um filme eu faria um roteiro diferente. Começando com a cena que você me deixa! – voltou o olhar ao garoto, com raiva - Eu mudaria a parte onde eu caio em lágrimas, se minha vida fosse um filme.
Eu poderia ser muito legal, eu poderia não sentir a sua falta, eu poderia não odiar você, como eu faço, eu poderia só seguir em frente, eu poderia ser muito forte, eu poderia ser melhor sem você! Porque em Hollywood, coisas sempre terminam como devem. E isso tudo é bom!

    E começou a repetir cada frase, cantando. As amigas não sabiam o que fazer, então tentaram acompanhar o ritimo da música com seus instrumentos.
    O garoto a olhava incrédulo e abobalhado. Estava o assustando, e estava satisfeita.

- Se minha vida fosse um filme, isso poderia não ser. Sem tragédias! Eu poderia nunca deixar você me ter, eu poderia passear no pôr-do-sol, você poderia ser fácil, fácil de esquecer, por produzir-lo, dirigi-lo
Hollywood, isso tudo é bom, bom, bom, bom...
005

    Se minha vida fosse um filme, eu poderia ser muito legal, eu poderia não odiar você,
eu poderia só seguir em frente, eu poderia ser melhor sem você, eu poderia ser legal, nós poderíamos ser verdadeiros. Porque eu queria amar também! Eu poderia ser forte!
    Você poderia ter ido, porque eu te amo! – segurou o choro. - Eu poderia não ter terminado! Eu só não poderia saber como eu poderia sentir falta de algo
    Porque em Hollywood, coisas sempre terminam como devem!
     Eu poderia ser muito legal, eu poderia não sentir a sua falta, eu poderia não odiar você como eu faço, eu poderia só seguir em frente, eu poderia ser muito forte
eu poderia ser melhor sem você.
    Porque em Hollywood, coisas sempre terminam como devem. E tudo isso é bom.
Tudo isso é bom, Hollywood... Tudo isso é bom, Hollywood...
    Porque em Hollywood, coisas sempre terminam com devem, e tudo isso é bom

    Ao terminar a música, uma lágrima caiu. Limpou-a rapidamente, antes que alguém pudesse percebê-la.
    O público levantou-se e passou a aplaudir. Até mesmo o garoto, aplaudiu-a de pé.

- obrigada queridos! Obrigada Zac!
Saiu do palco contente, e foi até a platéia. Lá foi chamada por dois homens. Eles tinham um presente para ela. Algo que a animaria. A luz no fim do túnel. O pote de ouro.
    Disseram-lhe que sua música os agradou, e ofereceram-lhe se queria gravar algo e lançar nas rádios.
    Aceitou imediatamente, e então if my life was a movie, se tornou o mais novo sucesso da música pop.
     A morena fez sucesso, e gravou um CD, no qual a maioria das músicas falavam sobre Zac. Ou melhor, o fim de seu namoro com ele. Ao ver o sucesso da ex, tentou voltar.
    De nada adiantou. Ela não o queria mais. Não precisava mais dele. Não se faria prisioneira dele outra vez. Tinha uma nova vida, e não se deixaria sofrer novamente.
    Após várias tentativas, ele acabou por desistir. E ela seguiu em frente.
    Hoje vive com todo o glamour, numa vida de princesa, e encontrou o amor verdadeiro na gravação de seu primeiro clipe.
Essa história não é muito linda, eu sei. Mas o que quis dizer com ela, é que nem sempre a vida é como nos filmes, mas pode ser melhor. A vezes, quando uma porta é fechada, mais duas são abertas.
    E além de tudo, isso prova de que o fim de um relacionamento, nem sempre é o fim do mundo.
     Por isso se seu namorado for um cachorro, e terminar com você, mesmo que você ainda o ame, não se desespere. Pode ser que por causa disso, você acabe se tornando uma pop star.
    Quem sabe, né? Nada é impossível.

    Enfim, eu espero que tenha lhes agradado.
xoxo, maria was here.

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